quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pedaços

         Há alguns dias, estou de férias e passeando por alguns lugares que marcaram minha vida. Entre estes, estive na casa de meus avós. Hoje eles moram em uma bela casa de alvenaria, mas durante minha infância não era assim. Era uma casa de madeira, bem antiga, centenária, assoalho vermelho, sobre um valo advindo a água da sobra de uma turbina. Esta que tocava um moinho de pedra, uma serra e muitas outras coisas...
Entrei nesta casa depois de algum tempo sem ali passar. Ao percorrer os cômodos, as memórias fluíam em minha mente, como de costume, aquele turbilhão de imagens, sons, cheiros e vídeos percorria meu cérebro me deixando um pouco zonzo. Olhei para aquelas tábuas e pude ver o alemãozinho montando o quebra-cabeça de macacos... Brincando feliz, ali estava eu em minha infância parecendo um boneco de tantos casacos. Como era agradável aquela brincadeira. Como era importante a presença de minha avó, a culta professora, de joelhos, brincando com o ignorante infante. Será que tal gesto teria algum valor? Sim, ajudou a formar quem sou...
Sou este quebra-cabeça, formado por várias partes. Formado pelo amor daqueles que dedicaram seu precioso tempo brincando comigo, em um gesto que aparentemente não teria valor algum. Peças de explicações, que pareciam de coisas sem sentido, que o pequeno guri importunava o pai, perguntando por números e coisas que o pai não sabia responder...
Quanto vale uma pessoa? O simples gesto de minha avó brincar comigo marcou minha vida para sempre, foi uma peça fundamental. Ou de minha mãe, lendo historinhas na hora de dormir. Ou de meu pai trazendo eletrodomésticos quebrados para eu tentar concertar... O apoio, o amor, o investimento.
Que peças você tem encaixado no quebra-cabeça da vida alheia. Sabes, quando as pessoas vierem te visitar depois de muito tempo e pisarem em tua casa, ou nos lugares onde conviveram contigo, que lembranças virão em suas mentes?
A humanidade, por natureza, já é huma-(u)nidade, que precisa ser protegida. Cada vez que com alguém nos relacionamos, aumentamos estes vínculos de alguma forma sinérgica, ela passa a viver em nós e nós nela. Qual você mora nos outros? O você que mora nos seus amigos, bondoso, carinhoso, é o mesmo você que mora em seus inimigos, ou nestes tens plantado a semente do mal. Este é um dos grandes segredos de Jesus: Semeou sua face maravilhosa (como não poderia ser diferente), no coração de todos que com Ele se relacionaram. E aqueles que deixaram a semente crescer, a Ele assemelharam-se.
Que correspondamos a Graça recebida, agraciando os outros, com o nosso sorriso morando em seus corações. Que agraciemos a todos, transmitindo as Boas Novas, de Jesus Cristo. Que tenhamos estas Boas Novas, morando em nós. E tal, só vira com o relacionamento com aqu’Ele que as traz: a saber, Jesus.
E o Jesus que mora em nós, pode crescer a cada dia, se com Ele nos relacionarmos. Semelhança de ser não vem por aprendizado, vem por relacionamento. O aprendizado é um complemento, as ações, concretização, mas a base é o relacionamento.
Que possamos então, aprender a nos relacionarmos, com Jesus e uns com os outros, amém.

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