quinta-feira, 8 de julho de 2010

Vou de ônibus.

Bom, a Angélica que tem dinheiro vai de táxi, eu vou de ônibus. Já vi tanta coisa nessas viagens que chego a rir só de ver ‘meu’ Mercedes chegando. Existem coisas que nos deixam de boca aberta: Policiais entrando fortemente armados, pessoas que mostram seu ‘atestado de bandido’, homens que relatam as histórias das pessoas que já mataram... Fora as múltiplas confissões de tristeza por enfermidade de algum parente. Ah! Tem ainda as comoventes conversas com os ‘desviados’, os evangelismos e até debates com líderes de crenças diversas.
Gosto de lembrar-me das viagens sentado ao lado de doutores que viajaram o mundo e contavam suas histórias e me ensinaram muita coisa. Preocupo-me pensando que talvez alguns deles estavam mentindo... Certa noite, voltando de Brasília, um homem para de pé no meio do ônibus, as luzes ligam e ele começa a pregar, um homem recebe Jesus e depois as luzes se apagam.
Andar de ônibus pode aflorar um senso de comunidade e também de individualismo. Isso fica bem claro ao ver um ‘estranho’ emprestando o celular ao ‘vizinho’ da 12 que precisa ligar para a família. E os rapazes da 9 e da 10 sem trocar uma palavra em 10h de viagem, cada um com seu ‘mp-sei-lá-o-quê’ parecendo um megafone.
Uma segunda dessas, ouvi uma coisa bem interessante. Uma velhinha dizendo para a outra: “Uma véia a menos no ônibus, descendo... Sô véia mesmo, 60 anos de casada”. Disse ela muito orgulhosa disso. Não conheço nada mais sobre essa senhora, mas já a admiro muito!
Até uns rapazes muito malandros, de linguagem perniciosa falaram coisas bem interessantes, nessa mesma segunda da velhinha. Discutiam sobre “a importância de casar virgem”. Pena que a maioria apenas fala sobre isso... Pena que muita gente faz da igreja um ônibus, que usa para ir de um lugar até o outro e ter algumas experiências, mas depois desce e pega outro... Ando de ônibus, mas sou Igreja.


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