terça-feira, 14 de julho de 2009

A lei intrínseca em nossos corações.

Tem certas coisas que ninguém discute. Coisas quem qualquer lugar que você vá serão pensadas da mesma forma, com apenas algumas alterações referentes a forma e intensidade. Por exemplo, podemos encontrar culturas onde pessoas podem namorar inflamadamente em público e outras em que mal podem pegar na mão um do outro enquanto estão em público, mas em ambas as culturas, se tirarem a roupa em praça pública correrão o risco iminente de serem levados à cadeia.

Essa lei é muito parecida em quase todas as culturas. Em alguns países, a mulher é considerada sem valor e o homem tem o direito de contrair vários matrimônios. Já em outras, a mulher tem muito valor e cada homem pode casar-se com uma só mulher. Entretanto, em ambas as culturas, o estupro é considerado uma coisa inadmissível, horrível, digna muitas vezes de punição com morte! Mesmo em lugares onde a mulher é tida como sem valor, se um homem a estuprar se torna culpado!

Existe um código ético é um padrão de conduta social presente em todas as culturas. E o que podemos perceber é que este padrão parece não respeitar fronteiras geográficas, étnicas e culturais. Por qualquer lugar do mundo em que você for o assassinato será sempre visto com ares de reprovação!Por regra geral, roubar é crime.

· O código ético e o padrão de conduta têm mais valor na coletividade do que na individualidade.


Agora você há de concordar comigo, que embora estes valores existam e sejam semelhantes em grande parte do globo terrestre, eles possuem mais valor na coletividade do que na individualidade. Ou seja, as coisas que por praxe consideramos como “erro”, desprezíveis, e abomináveis, são as coisas que dificilmente alguém faz em público. A violência doméstica já exemplifica isso em seu próprio nome: “Doméstica”. Ora se é doméstica, supõe-se que ocorra em oculto, e não sob os olhos de um grande público. Em geral, clinicas de aborto são escondidas, motéis luxuosos muitas vezes são construídos em lugares isolados. Tudo isso porque embora exista um código de conduta mundial, ou melhor, um código de conduta intrínseco a todo ser humano, o cumprimos na coletividade, mas o burlamos as ocultas, criando assim máscaras.

Esse fato se dá justamente por esses padrões e regras serem da coletividade, internalizados sim em cada ser-humano mas não adotados por cada ser humano. Uma coisa é você conhecer as leis de transito e respeitá-las porque sabe que no trecho que está passando existe fiscalização. Agora completamente diferente disso é você conhecer as leis de transito e respeitá-las em qualquer lugar em que estiver, até mesmo em uma fazenda a quilômetros de distancia do primeiro sinal de civilização!

Assim, existe uma lei, um código de lei que é único na humanidade que está cravado dentro de todo ser humano. Um código que é respeitado por um policiamento mútuo mas que quando estamos sós não temos muitos escrúpulos para quebrá-lo. Qual o homem que nunca pensou em estuprar ou que ao menos nunca tenha pensado com malícia em relação a alguma mulher? Qual a mulher que nunca cobiçou algum músculo masculino, ou que meramente “gamou” nas pernas de um jogador de futebol? Quem, homem ou mulher, que pode negar que já teve vontade de roubar?

Assim, o que temos vontade de fazer é uma coisa e o que fazemos é outra. O que fazemos em público é bom mas o que fazemos em particular tende a ser mal. Por quê? Será que o ser-humano já nasce com tendência a falsidade? Será que não tem outro jeito a não ser viver nesse mundo de máscaras e enganação?

· Julgamos as coisas de acordo com código interno do grupo em que pertencemos


Minha reflexão não pára por ai. Em se tratando de valores macros, vimos que são semelhantes e aculturais. Mas em valores médio e micro, cada grupo possui um código interno que é formado pela equiparação dos valores dos indivíduos pertencentes a tal grupo. Logo, em um grupo que escuta heavy-metal, escutar pagode é considerado erro fatal! Em um grupo de cristãos, não ler a Bíblia e considerado uma falha. Em se tratando de um grupo de usuários de droga, não usá-la é ser careta, trouxa, banana...

· Quando a degradação interna é transferida para outros indivíduos e se coletiviza os valores naturais (patentes a todos) são corrompidos ou mesmo removidos.


Para 90% da população, matar é algo horrível. Mas para 90% dos pertencentes a Al Qaeda, matar não é tão ruim, aliás, pode ser muito bom. O mesmo acontece na boca de fumo. Para quem está ali, usar a droga não é algo tão condenável.

E o que fazer com tudo isso então? De que nos serve saber todas estas coisas? Bem, se você leu até aqui eu não posso lhe deixar ir sem antes fazer algumas perguntas e tentar dar-lhe algumas respostas.

Se existe um código de lei intrínseco a toda humanidade, de onde veio esse código? Se não cumprimos essas leis quando estamos sozinhos ou em nossos pensamentos, porque não a eliminamos de vez da sociedade e ficamos livres para fazermos o que bem entendemos?

Em relação a segunda pergunta talvez você tenha prontamente respondido: Não podemos riscar essas leis porque isso geraria o caos completo! Pessoas seriam assassinadas a cada 10 metros, estupros e assaltos seriam a cada segundo! Ninguém mais trabalharia... Tudo iria pelos ares!

Oh... Então agora estamos perto de responder a primeira pergunta!

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que a idéia de que esse código de lei surgiu através de “evolução da sociedade” não procede. Pelo simples fato de sociedades remotas como tribos indígenas terem o padrão básico muito parecido com o nosso.

Dizer que todo sociedade origina-se de uma mesma raiz e que estes padrões evoluíram daí também não procede. Civilizações que se desenvolveram em lugares distintos teriam leis intrínsecas completamente antagônicas e em nada semelhantes.

A que conclusão podemos então chegar? DEUS EXISTE!

Deus formou o ser-humano a sua imagem e semelhança e isso acentua-se quando fazemos essa reflexão acima. Vemos que os valores divinos estão cravados dentro do ser-humano e este reluta em obedecê-los, mas quando está diante de outro ser-humano, também feito a imagem de Deus, a lei interna torna-se mais forte.

Abra comigo em Rm 2.12-16 “Assim, pois, todos os que pecaram sem lei [Torá, lei dos judeus, Moisés] também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. 13Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. 14Quando, pois, os gentios [você e eu, não judeus], que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. 15Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, 16no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.”

Conclusão: Existe nos seres humanos uma noção natural do que é certo e o que é errado. Quando nos convertemos a Jesus, essa noção é iluminada e passa a ter vida dentro de nós!

Sidinei Bühler Kauer

www.sbkauer.com

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